A história do Café está ligada à historia do Brasil, país que é, indiscutivelmente, o maior maior produtor de café no mundo, e tem sido assim por mais de 150 anos. Cultivado originalmente em Belém, o café chegou ao Rio de Janeiro e de lá se expandiu atingindo a província de São Paulo onde se consolidou como base da economia do país em meados do séc. XIX e primeiras décadas do séc. XX. Plantado em vales e montanhas, proporcionou o surgimento de novas cidades e modernização das que já existiam. Tal progresso foi alcançado devido principalmente à introdução das ferrovias, construídas para escoar o principal produto de exportação brasileiro. Por outro lado, a riqueza gerada pelo café também contribuiu para o desenvolvimento cultural do país, possibilitou investimento em arquitetura e difusão das artes, além de criar recursos iniciais necessários para a industrialização do país.
A região da Mogiana se tornou a mais importante zona agrícola do estado por ter vasta extensão de terra disponível e por contar com o trabalho de milhares de imigrantes Europeus. A expansão do sistema ferroviário permitiu o crescimento da agricultura paulista e a manutenção de sua produtividade. A Companhia Mogiana foi fundada em 1872 e extendeu seus trilhos por aproximadamente 2.000 km alcançando o Estado de Minas Gerais. Desta forma, esta região primeiramente atendida pela ferrovia se tornou a mais significante produtora e exportadora de café na história do Brasil.Por volta de 1880,o Estado de São Paulo era o maior produtor do país.
Apesar do porte adquirido pela agricultura paulista, muito pouca tecnologia era empregada por parte dos agricultores ainda no início do século XX, em muitos municípios, praticamente não se empregavam arados ou outros equipamentos similares, e mesmo em algumas fazendas cafeeiras de maior porte que já haviam iniciado a mecanização agrícola, tais inovações não eram generalizadas e, quando utilizadas, limitavam-se usualmente ao processamento dos grãos e não ao plantio e tratos culturais.
No entanto, grande parte dos municípios, particularmente aqueles com maior cultivo de café, eram servidos pela tecnologia nos transportes; de 165 municípios, 85 contavam com estação na própria sede, 45 contavam com serviço ferroviário disponível a uma distância de até 30 quilômetros e apenas 12 sedes de municípios localizavam-se a mais de 100 quilômetros de uma estação. Isso demonstra a abrangência do sistema ferroviário paulista. O transporte local era realizado por tropas, carroças, carroções, carros de boi, bestas de carga, muares, etc.
Por volta de 1905 grandes produtores Paulistas coexistiam com outros milhares de pequenos produtores, grande parte deles eram os próprios imigrantes que depois de trabalharem bastante como empregados, conseguiam adquirir suas próprias terras e continuar se dedicando ao cultivo de café.
O perfil da produção em São Paulo mudou muito com o passar do tempo, hoje 80% dos produtores são de médio e pequeno porte, muitos continuam produzindo apenas pela tradição. No entanto, a crescente demanda por cafés de qualidade vem incentivando os menores a continuar se aprimorando nas técnicas para alcançar uma melhor posição no mercado.